Patrimônio Agroalimentar em debate
Acompanhe aqui o Programa Completo do dia:
IFSC – Campus Florianópolis-Continente
Rua 14 de Julho, 150 Bairro: Coqueiros
Patrimônio Agroalimentar em debate é um encontro entre redes, agricultores, extrativistas, pesquisadores e representantes governamentais para discutir soluções pertinentes à salvaguarda dos saberes tradicionais ligados aos sintemas agroalimentares locais, assim como a história destas populações e o complexo cultural que a envolve. Serão apresentadas realidades em desenvolvimento territorial sustentável e inclusivo, criação e afirmação de mercados, políticas públicas e instrumentos legais que estejam em consonância com o reconhecimento da importância destes conhecimentos na superação de ameaças contemporâneas.
O evento é promovido pelo CEPAGRO – Centro de Estudos e Promoção da Agricutura de Grupo (ONG que atua há 23 anos promovendo a Agroecologia na America Latina) em parceria com o CONVIVIUM MATA ATLÂNTICA (grupo de gastrônomos e chefs de cozinha que organiza expedições gastronômicas de valorização dos pequenos produtores matérias-primas locais ). Estas instituições fazem parte e recebem o apoio da Fundação SLOW FOOD para a biodiversidade, movimento internacional de promoção do alimento bom, limpo e justo.
Este grupo, juntamente com agricultores e extrativistas, representou o Litoral Catarinense em 2012 no Salone Del Gusto (encontro mundial do MOVIMENTO SLOW FOOD) compondo a exposição “Os caminhos da excelência: uma viagem pelos territórios a partir de seus produtos e protagonistas” enfocando a agricultura familiar e pesca artesanal que foram simbolizadas na ocasião pelos ENGENHOS ARTESANAIS DE FARINHA E RANCHOS DE PESCA. (Confira a reportagem neste blog)
Patrimônio Agroalimentar em debate é também um desdobramento da experiência compartilhada com outros 9 territórios da America latina e do mundo. Uma nova oportunidade para debater suas temáticas em seus locais de atuação.
Contexto:
Os temas tratados buscam acompanhar discussões globais que vêm sendo verbalizadas em conferências da UNESCO,ONU-FAO,Cúpula dos Povos/Rio +20 e que reconhecem o papel estratégico da cultura, e do processo histórico das populações tradicionais, como tecnologias necessárias para vencer as ameaças causadas pelo atual modelo industrial de produção de alimentos, por hábitos alimentares e turísticos predatórios, excludentes e dependentes e portanto prejudiciais à vida. As alternativas a estes modelos procuram construir novas práticas econômicas apoiadas na preservação de uma diversidade biocultural.
Nota-se também, o avanço de um mercado associado por muitos à ideia de “capitalismo verde”, que se apropria da construção de identidades culturais e discursos ambientais para agregar valor à produtos e serviços, mantendo uma cadeia produtiva e de consumo que desconsidera éticas sócio-ambientais e que, por sua vez, cria fronteiras entre as culturas, segregando-as e comprometendo a espontaneidade de suas manifestações.
Apostamos em alternativas que promovem a autodeterminação das comunidades locais na construção de suas próprias práticas econômicas e culturais e para isto é necessária a sinergia entre a esfera pública,sociedade civil organizada e o saber acadêmico.
PROGRAMAÇÃO
14:00 – ABERTURA : APRESENTAÇÃO CEPAGRO/PONTO DE CULTURA ENGENHOS DE FARINHA E CONVIVIUM MATA ATLÂNTICA
14:15 – Os Caminhos da Excelência: a valorização do patrimônio agroalimentar como oportunidade para os territorios.
(Lia Poggio fala sobre a experiência de territórios latino-americanos ligados ao Movimento Slow Food)
15:00 – Circuitos Curtos e Produtos Típicos
(Professor Andrea Fantini apresenta seu trabalho como professor visitante do mestrado em Agroecossistemas – CCA/UFSC)
Andrea Fantini possui graduação em Economia e Comércio pela Universitá degli Studi di Urbino (Itália,1981). Atualmente é professor associado na Universitá degli Studi di Teramo. Tem experiência na área de Economia Agrária, Avaliação Rural, Marketing e Gestão de Empresas Agroalimentares.
15:30 –A REDE ECOVIDA DE AGROECOLOGIA : agrobiodiversidade, mercado e segurança alimentar
(Charles Lamb apresenta as conquistas e desafios da REDE ECOVIDA DE AGROECOLOGIA)
Charles Lamb é atual coordenador do CEPAGRO e membro da REDE ECOVIDA DE AGROECOLOGIA através do Núcleo Litoral Catarinense. Atua desde o ano 2000 junto a Organizações Não Governamentais, participando na elaboração e execução de projetos e ações visando à organização comunitária de famílias e a produção de base ecológica. Concretizou diversos trabalhos de assistência técnica e extensão rural, planejamento coletivo organizacional, incidência política, pesquisa participativa e fez representações ligadas às organizações de apoio e estruturação da Agricultura Familiar Agroecológica no sul do Brasil
16:00 Degustação de produtos do Território Litoral Catarinense
(Ecochefs do Convivium Mata Atlântica apresentam as Matérias-Primas Catarinenses e seus produtores)
Cardápio
- Receitas tradicionais de processados de engenho como o beijú, o cuscus e a tão aprecidada bijajica.
- Produções desenvolvidas pela parceria entre produtores locais e Ecochefs do Convivium Mata Atlântica mesclando e valorizando as matérias-primas do litoral catarinense.
- Alimentos diretamente do Box 721, o primeiro de Produtos Agroecológicos do Ceasa/SC – Pavilhão da Agricultura familiar.
17:00 – Painel Litoral Catarinense 1
Engenhos de Farinha: entre o mercado e patrimônio cultural
Este painel reúne pessoas que tem trabalhos ligados aos Engenhos de Farinha de mandioca em Santa Catarina com diferentes enfoques e esferas de atuação. A intenção é situar uma discussão entre a importância de salvaguarda desta atividade enquanto patrimônio cultural e as dificuldades encontradas hoje para a comercialização da farinha e dos processados de engenho. O painel poderá contribuir para abrir um diálogo entre produtores da Rede dos Engenhos Artesanais e agentes envolvidos na construção novas adequações técnicas,normas, legislações específicas e chancelas que podem contribuir para a manutenção da atividade no estado.
Contexto:
A farinha de mandioca já esteve na centralidade da economia e sociedade em Santa Catarina. Além de ser, historicamente, a base da alimentação no litoral, já foi o principal produto de exportação. Durante dois séculos a unidade produtiva do engenho artesanal envolveu várias gerações em torno de saberes e fazeres que hoje estão sendo reconhecidos como arcabouço cultural e histórico deste território. Apesar disto, as famílias que ainda produzem a farinha de mandioca artesanal e processados de engenho não são reconhecidas pelo poder público e sofrem com desequilíbrios de oferta e procura nas cadeias de comercialização. Isto porque , com a revalorização destes produtos através da agroecologia, gastronomia e turismo rural cresceu a procura por alimentos que não podem chegar até as prateleiras devido à dificuldades na classificação para o comércio, na adequação à normas da vigilância sanitária e ao abandono da agricultura familiar pelos mais jovens, entre outros desafios enfrentados pela agricultura familiar.
A criação de outras formas de comercialização através da economia solidária é uma das soluções encontradas, mas que também necessita de apoio estatal. O engenho de farinha artesanal em Santa Catarina transita, assim, entre o reconhecimento de sua importância cultural e histórica e a impossibilidade da manutenção do espaço e atividade do ponto de vista econômico.
Componentes da mesa:
Mediador : Marcos José de Abreu
Eng.Agrônomo, Mestrando em Agroecossistemas – CCA/UFSC, técnico do CEPAGRO, atuou no acompanhamento do Núcleo Litoral Catarinense da Rede Ecovida de Agroecologia e atualmente coordena as ações do programa de agricultura urbana. É Conselheiro do CONSEA- SC e representante da delegação do Brasil no Congresso Internacional do Slow Food.
Cláudio Andrade- Rede dos Engenhos Artesanais da grande Florianópolis
Representante da Rede dos engenhos artesanais da grande Florianópolis, líder do Convivium Engenhos de Farinha do SLOW FOOD, Presidente da Associação de Moradores de Santo Antônio de Lisboa, Membro do Conselho Municipal de Cultura, Diretor e proprietário do casarão e engenho dos Andrade.
Wladimir Marcon Mendes-CIDASC
Representante da Cia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC – CIDASC – Tubarão(SC), especialista em segurança de alimentos
Regina Helena Meirelles Santiago-IPHAN
Historiadora e técnica em pesquisa do IPHAN/SC, atualmente coordena a equipe que trabalha no registro da procissão do N.S.dos Passos enquanto Patrimônio Cultural Imaterial, em Florianópolis. Possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense(2002). Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil e História Oral.
Enilto de Oliveira Neubert -EPAGRI
Possui graduação em Engenharia Agronôma pela Universidade Federal de Santa Catarina (1982) e mestrado em Ciência do Solo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1995). Atualmente é agente téc. de form. superior III – pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Brasil. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Gênese, Morfologia, Classificação e Consevação dos Solos, gestão ambiental e de projetos. Atua principalmente nas pesquisas com: mandioca e aipim, sistemas de cultivo, produção integrada, seleção de cultivares, pesquisa participativa, manejo de resíduos da indústria da mandioca-manipueira e desenvolvimento territorial sustentável.
19:00 – Painel Litoral Catarinense 2
Pesca Artesanal e Reservas Extrativistas: do papel às realidades
Mediador: Fabiano Gregório – Representante do Convivium Mata Atlântica (SLOW FOOD) e SLOW FISH em SC, cozinheiro e gastrônomo, advogado ambientalista, Consultor Jurídico da A.C.B.
Maria das Graças Ferreira – Membro Titular da Comissão Nacional Resexs Marinhas, representando SC
Natural de Ibiraquera, comunidade pesqueira, sobreviveu exclusivamente do extrativismo até seus 12 anos. Mesmo com a mudança da sobrevivência de seus pais, o amor e o respeito pela pesca e agricultura não mudou. “Hoje ainda posso pescar em nossa lagoa,sei remar muito bem. Me envolvi na luta para proteger a Pesca Artesanal por ver o progresso ir eliminando nosso povo que ainda sobrevive desta atividade. Nossos caminhos cercados, pesca industrial tomando conta de nossas baias, que são os criadouros da pesca artesanal, falta de politicas públicas que proteja o pescador artesanal.
Espaços onde atua: Fórum da agenda 21 local Lagoa de Ibiraquera (coordenação),Conselho Comunitario de Ibiraquera(CCI),Conselheira da Apa da Baleia Franca, representando o setor de usuario, Articulação do Movimento de Pescadores do litoral Sul de SC, Membro Titular da Comissão Nacional Resexs Marinhas, representando SC. (CONFREM).
Mariana Policarpo – Pesquisadora/UFSC
Atualmente está cursando doutorado em Sociologia Política pela UFSC e integra a equipe técnica do projeto “Desenvolvimento Territorial na Zona Costeira catarinense: estratégias integradas de geração de trabalho a partir da valorização da identidade cultural das comunidades pesqueiras tradicionais” e do projeto “Gestão Integrada e Compartilhada de Territórios Marinho-Costeiros: implicações para a pesca artesanal e para a conservação da biodiversidade”. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Rural e Sociologia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento territorial sustentável, co-gestão adaptativa dos recursos naturais de uso comum, reflorestamento com espécies exóticas e agricultura agroecológica. Durante o período de novembro de 2011 a outubro de 2012, realização de doutorado-sanduíche na UMR Innovation/Cirad, em Montpellier, França.
21:00 – Encerramento e intervenção cultural
Olá, gostaria de saber qual a lei referente a questão sanitária inviabilizou a continuidade das atividades nos engenhos. PReciso dessa informaçao para colocar numa pesquisa.
Olá, Marcela!
Veja a dissertação de mestrada da nossa colega MANUELA BRAGANHOLO, disponível em http://www.academia.edu/36139534/Engenhos_de_Farinha_hist%C3%B3ria_mem%C3%B3ria_e_resist%C3%AAncia_no_litoral_catarinense
Olá, Marcela! Confira a dissertação de mestrado da Manuela Braganholo, disponível em http://www.academia.edu/36139534/Engenhos_de_Farinha_hist%C3%B3ria_mem%C3%B3ria_e_resist%C3%AAncia_no_litoral_catarinense
olá, como faço para receber certificado de participação do evento?
Oi, por favor mande um email para guabijuba@gmail.com
bom dia, como faço para me inscrever?
atenciosamente, Louise